quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Direitos Humanos nas Mulheres


Temos vindo a observar diversos avanços no que refere às reivindicações e na luta pelos direitos humanos nas mulheres, no entanto continua a existir uma construção social de que as mulheres são pessoas menos relevantes ou até inferiores ao homem, é importante assegurar as questões da igualdade de género nos mais diversos eixos da vida quotidiana de todos e que são transversais a toda a sociedade. Continua-se a relacionar directamente a mulher a um papel doméstico o que implica um duplo trabalho em conciliação com uma vida profissional da mesma, o estereótipo de que a mulher é a principal responsável pelas questões domésticas e pela educação dos filhos tem que ser combatida e desconstruída.
Muitas mulheres são vítimas de violência em diversas formas, em casa ou na comunidade, e esta violência é também uma forma de tortura ou maus-tratos das sociedades contemporâneas. A violência conjugal pressupõe a violência entre cônjuges ou pessoas envolvidas numa relação de intimidade amorosa, as vítimas de violência conjugal tendem a sentir-se controladas, dominadas, incompetentes, com baixa auto-estima, sem valor e com medo. No que refere ao género, as vítimas tendem a ser maioritariamente do sexo feminino e os agressores do sexo masculino, não quer com isto dizer que não existem homens vítimas de violência conjugal e mulheres agressoras.
A violência de género é possível de identificar enquanto uma forma de tortura até porque tem enormes consequências na saúde física (Traumatismos, dores crónicas, suicídio, homicídio etc.) e psíquica (Baixa auto-estima, vergonha, raiva, ansiedade, depressão, dificuldade de concentração, pensamentos suicidas etc.) das vítimas, remetendo-as para situações de vulnerabilidade. Importa referir que a violência conjugal não afecta somente as vítimas directas, mas também outras pessoas que residem no espaço onde esta decorre, as crianças e adolescentes são diversas vezes testemunhas directas de violência, afectando o seu desenvolvimento (efeitos nas crianças da violência conjugal: dificuldades emocionais, raiva, ansiedade, baixa auto-estima, dificuldade de aprendizagem, comportamentos agressivos, condutas desviantes entre outros). Nos namoros dos jovens esta violência de género está muitas vezes presente, factos como controlar horários, controlar telemóvel, os ciúmes excessivos, as faltas de respeito, o insultar, impedir a relação com amigos/as são algumas das diversas formas de violência de género que não se devem minimizar.
Uma sociedade democrática implica que se faça um esforço no sentido da construção de acções que possam combater e prevenir a violência, seja contra quem for. A violência de género ocorre na sua maioria no espaço doméstico, local de socialização primária, deve haver uma sensibilização, acções políticas para combater e prevenir a violência de género, em particular a violência doméstica.
A violência de género ou violência conjugal é um crime público, fiquemos atentos e aprendamos a reformular possíveis comportamentos que nós próprios possamos ter, só temos a ganhar!

Declaração da ONU sobre a Eliminação da Violência contra a mulher
“As mulheres têm o direito a igual uso e protecção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais no campo político, económico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Estes direitos incluem:
h) O direito a não ser submetida à tortura, ou a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes.” (Artigo 3)

Link relevante: http://www.amorverdadeiro.com.pt/

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